>> Como imaginar que as forças armadas podem ter times disputando ligas “profissionais”? Pois é, na NCAA a United States Military Academy e United States Naval Academy tem suas equipes em campo disputando a temporada regular como independentes, ou seja, eles não estão vinculados a nenhuma conferencia - mas disputam normalmente a temporada.
Mesmo sem muita tradição esportiva, essas duas equipes protagonizam uma das maiores rivalidades da NCAA e desde 1930, Army Black Knights e Navy Midshipmen disputam anualmente o Army-Navy. Um jogo que vale a Thompson Cup e ultrapassa as quatro linhas que delimitam o campo de batalha do football. O jogo encarna o espírito de rivalidade latente entre as Forças Armadas Americanas. A rivalidade é tão grande que até a escolha do local do jogo é alvo de disputa, portanto, ele é tradicionalmente disputado na Filadélfia, um local que é equidistante as duas academias.
Hoje o jogo perdeu grande parte de sua capacidade esportiva devido a vários fatores, os dois maiores dele, talvez, seja o fato de o nível da NCAA melhorou muito nos últimos 30 ou 40 anos, isso em boa parte alimentado pelo interesse dos jogadores de escolher uma faculdade que o capacite exclusivamente a jogar na NFL. Mas as duas academias também tem sua parte nessa situação, pois elas passaram a exigir mais dos garotos para serem admitidos em seus programas acadêmicos, além dos limites de altura e peso impostos, o que impõe problemas em várias posições do jogo.
Isso é verificado no fato que desde 1963 o confronto só viu as duas equipes em campo com temporadas vencedoras em 1996 e 2010. A Marinha, porém, tem um histórico melhor, de 2003 a 2010 foi a um bowl na pós-temporada, o que significa que teve temporadas vencedoras. Mas não foi sempre assim, o passado desse confronto é grandioso com muitos jogos decidindo importantes lugares no campeonato nacional. O Exercito foi a um bowl em 2010, mas não tem muitas temporadas vitoriosas em sua história. O jogo foi disputado 112 vezes, sendo 56 vitórias para Navy, 49 para o Exercito e 7 empates.
Para a grande maioria destes jogadores o fato de o jogo ser televisionado todo ano representa a chance de brilhar em rede nacional, já que eles dificilmente seguirão a carreira profissional no football, devido a compromissos com as forças armadas após a formatura. Isso faz dos atletas, pessoas apaixonadas pelo jogo e sem nenhum interesse maior que defender sua faculdade, se divertir junto com seus amigos e manter a lembrança de seus companheiros que estão servindo os EUA pelo mundo. O jogo é ainda mais especial para os “first classmen”, pois esse será o ultimo jogo competitivo que disputarão em sua carreira.
No final do jogo um ritual é seguido há muito tempo. É entoado o hino das duas academias, primeiro o da escolha perdedora e logo após, o da vencedora. As duas equipes ficam lado a lado e a vencedora fica virada para a escolha perdedora demonstrando o respeito mútuo e a solidariedade entre as duas escolhas.
Pouquíssimos jogadores destas duas universidades chegaram a NFL, os destaques são: Roger Staubach (Navy, 1965) que jogou pelo Dallas Cowboys, sendo inclusive MVP do SuperBowl VI e integrante do hall da fama. O WR Phil McConkey (Navy, 1979) jogou nos Giants e foi campeão do SuperBowl XXI. Além destes, Napoleon McCallum (Navy, 1985) jogou nos Los Angeles Raiders, enquanto ainda servia na Marinha acumulando as duas funções até se formar.
A rivalidade Army-Navy é intensa assim como a história e o peso das duas academias, o jogo que desde 2008 é disputado no segundo sábado de dezembro e é uma atração da temporada da NCAA.
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