No último capítulo Victor Sorensen aceitou o emprego como Head Coach da equipe de Illinois. Algum tempo depois, começava o Training Camp. E os problemas de vestiário também...
Depois de ter me mudado para Chicago, num flat que ficava próximo à Sears Tower, em Oak Park, comecei a me acostumar com a cidade. A mudança foi relativamente tranquila, sou um homem com poucos bens. Não gosto de ostentar, sabe? Bom, o flat ficava a alguns minutos do Hallas Hall - "CT" do Bears. O que era bom. Eu, particularmente, gosto de ficar pensando na vida no caminho de casa para o trabalho.
Em Ann Arbor isso não acontecia, uma vez que a cidade era muito pequena. Eu até pensei em morar em Detroit para fazer um caminho mais longo para casa, mas seria estúpido. Da minha casa até o "Football Club" dava uns 50 minutos sem trânsito pela interestadual.
Naquela minha primeira viagem pensei já em meu primeiro jogo. "Jogo", é bem verdade, porque a pré-temporada de nada vale. Seria em Houston, contra o Texans. A equipe do Texans vinha cada vez mais forte e queria vencer a AFC South a qualquer custo neste ano.
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| Momentos antes do fatídico tackle... |
Cheguei e dei meu primeiro treino. Era isso que eu queria escrever. Mas fiz uma pequena grande besteira. Aliás, uma grande besteira: não dei a redshirt para Cutler. Veja bem, era julho ainda. Primeiro treino. E eu resolvo que os Quarterbacks seriam tackleados como um jogo normal. Queria dar um susto neles... O Bears sempre sofreu com essa posição. Agora ou vai ou racha.
Eis que ele... quebrou dois dedos da mão na queda. Season Ending. Legal, cheguei agora e perdi meu QB titular. Caleb Hanie não seguraria o tranco. Quem eu chamo?
Alguns nomes me passaram à cabeça: Jake Delhomme, algum backup de outro time (se bem que o único que me veio à mente foi Flynn, do Packers - e eu queria distância de qualquer relacionamento com o Packers, isso me queimaria). Pedi então para meu assistente técnico, Ronald, me passar uma lista de Free Agents disponíveis. Aguardaria ele falar com o scouter.
No dia seguinte falei com Cutler e o médico da equipe, Charles McDonald. Ambos me confirmaram: a recuperação pós-cirurgia levaria um ano. A questão é que os dedos eram da mão que lança... Enfim, meu medo era que Cutler não voltaria bem depois disso. Complicado. Horas depois da reunião, Urlacher pediu para falar comigo em meu escritório. Prontamente o recebi.
Ele acabou por me dar uma luz. Sugeriu que contratássemos Chris Simms, filho do bi-campeão Phil Simms. Chris era maduro, já tinha 31 anos e 8 anos de profissional. Ademais, era alto (1.94m) e atlético. Jogou bem no College, numa universidade grande (Texas). Quase 60% de passes completos (dos tentados). Enfim, era uma boa aposta.
Entrei em contato com seu agente. A proposta foi baixa (infelizmente por motivos contratuais não posso revelar). Foi baixa e prontamente aceita, porque Simms achou que seria back-up. No dia seguinte soltei à mídia por meio de Adam Schefter que Cutler estava na IR e, portanto, fora da temporada. Meu QB neste ano seria Chris Simms. Só Deus sabe o que viria pela frente...
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até curiosidades históricas das mesmas.
