Temos aqui em The Concussion uma linha editorial independente e que não tem o rabo preso. Quando a gente tem que falar algo, a gente fala.
Fala, inclusive, o que a grande maioria dos outros sites não fala. Isso porque meu trabalho aqui não é só ficar traduzindo notícia de site americano ou dar palpite nos jogos. Foi exatamente essa a postura em janeiro deste ano quando expomos o desrespeito de um narrador X com os telespectadores. Estes foram chamados de anta e, caso não contentes com a transmissão, que fossem ver na internet o jogo.
Não compactuamos com aquilo. Foi por isso que criticamos daquela forma. Os bordões ou a voz nunca foram contestados - até porque não tinha o quê contestar. Falamos o que tinha de ser dito e o que a grande maioria dos fãs de Futebol Americano falavam. Não houve difamação. Houve exposição de fatos.
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Foi a única ideia de foto que eu tive para ilustrar |
Esse referido narrador não faz mais parte dos quadros daqueles que narram NFL no Brasil. Com saída do referido canal - que tecnicamente é amador, e todo mundo sabe disso - a ESPN assumiu a cobertura dos jogos da tarde do Domingo e dos Playoffs da NFC.
Com esses jogos a mais veio a necessidade de um back-up para o Everaldo e o Ari Aguiar. Em algumas ocasiões haveria três jogos no mesmo dia - e a impossibilidade de narrar dois jogos seguidos. Eu já brinquei de narrar um jogo junto com o @nfldeboteco e, honestamente, é impossível ficar oito horas no ar falando e entretendo o narrador.
Com isso a pessoa referido no título deste artigo foi alocada a alguns jogos da NFL e da NCAA na ESPN.
Procurei no Google e não sei da onde o Rômulo veio, qual sua trajetória profissional. Assim, não posso fazer um background quanto a isso. Nessa altura do campeonato você deve achar que eu vou descer a lenha nele como a maioria das pessoas querem e pedem, né?
Não. Como eu disse, a gente tem uma posição independente aqui. Não é porque a maioria dos "Fãs de esporte" estão descendo a lenha no cara que eu vou xingar também. Da mesma forma que eu fiz com aquele outro narrador no início do ano, vou colocar aqui o que é dito do Rômulo no twitter.
"Aquele Rômulo Mendonça é tão chato narrando futebol americano que eu peguei no sono minutos antes do Brees bater o recorde. #fail".
"Rômulo Mendonça narrando? Hora de colocar o audio original em inglês..."
Quero, honestamente, ver uma crítica objetiva e construtiva. Todas que li foram extremamente subjetivas. Em outras palavras, o "ser chato por si mesmo". Ah, ele é chato. Por quê? Porque sim. Ainda não vi - e provavelmente não verei. Sabe por quê? Porque objetivamente não há nada que possa ser dito sobre ele.
I) Quanto à voz dele.
Eu não sou fonoaudiólogo e sou completamente leigo no assunto. Mas o Rômulo tem voz agradável para um narrador. Semelhante a do Cléber Machado, se eu pudesse fazer uma comparação. O que deixa alguns muito puto é que, quando é Touchdown o Rômulo grita e quem está ouvindo TV no volume baixo com a mãe dormindo do lado toma um susto. Mas, convenhamos, né? Narrador serve para isso, serve para dar emoção. Vide o über criticado Galvão Bueno na final da Copa do Mundo de 1994 gritando "É tetra!".
II) Quanto aos bordões dele.
Eu podia falar o que eu quisesse quanto à falta de profissionalismo daquele outro narrador. Mas os bordões dele eram sensacionais. O mesmo pode ser dito do Silvio Luiz. Este, por exemplo, num cruzamento na grande área exclamava
"tá armado o pagode na cozinha".
Imaginem isso no Futebol Americano na redzone. Com toda certeza o fã deste esporte, que se mostra sempre muito arrogante ao criticar - e cheio de si - ficaria absurdamente inconformado com tal bordão. Algo extremamente criativo - dado o panorama dos últimos acontecimentos na ocupação da reitoria da Universidade de São Paulo - é sempre criticado por quem ouve.
Narrador que é narrador tem bordão. Isso dá um tempero a mais na transmissão. Galvão tem seu "haja coração". Cléber seu "pro fundo do gooooool". Everaldo tem seu "Come grama". Rômulo tem mais de um - e, sinceramente, o único fraco é o do açougue. Todos os outros dão emoção sim à partida. Aliás, gritar "This is the end.... ZONE" é brilhante porque reflete a essência do Touchdown. Muito mais do que gritar touchdown simplesmente - nada contra com quem o faz.
Honestamente, caro leitor, Futebol Americano não é uma coisa que paga algo aqui no Brasil não. Quanto você acha que ganha por mês um narrador da ESPN? Com certeza não é o suficiente para aguentar todas as críticas pesadas que são ditas no twitter todas as tardes de domingo. Sabe quanto eu já ganhei com o The Concussion? Nada. Já disse aqui anteriormente que tudo o que entrar vai ser revertido em prêmios que compraremos para sortear para os leitores e fazer o site crescer ainda mais. Isso para mim é hobby e a gente tem que aguentar umas groselhas às vezes. Imagine quem se expõe muito mais?
Devemos, sim, bater palmas para a iniciativa da ESPN de fazer esse contrato com a NFL. Lógico, não é pura benevolência, uma vez que eles são uma empresa e, como empresa tem como objeto o lucro de seus sócios. Mas, ainda sim, é louvável que o espaço vazio deixado nos domingos a tarde sejam preenchidos. Devemos, sim, bater palmas para o Rômulo que se esforça e sempre foi simpático com os telespectadores. Sempre interagiu de uma forma divertida.
E, mais do que tudo: mesmo com a galera xingando muito no twitter ele nunca perdeu a compostura e nunca desrespeitou o fã. Nunca. Isso, mais do que qualquer outra coisa, é uma atitude madura e louvável.
Muito provavelmente alguém vai falar que eu estou fazendo este texto para puxar o saco do Rômulo ou algo semelhante. Não, The Concussion não precisa disso. Eu falo o que eu acho que tem que falar. Por mais que alguém não goste, toda unanimidade é burra mesmo...
Acima de tudo, para demonstrar isso, eu não vou divulgar este texto em lugar nenhum. Podem ver no Twitter se eu me referi alguma vez a este texto depois dele ser finalizado. Não. Para os que acham que eu vou mandar DM para o Rômulo falando sobre este texto, a gente não precisa disso. Aliás ele nem segue a gente no Twitter anyway.
Eu não escrevo pra fazer barulho, não escrevo para X ou Y ler. Eu escrevo porque sinto-me na necessidade de defender alguém de críticas feitas por Leites com Pera; Para defender alguém que não merece ser feito de Judas todo domingo - por estar fazendo seu trabalho com dignidade.
É isso.
>> Por AC, Editor Chefe The Concussion
>> Por AC, Editor Chefe The Concussion
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