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| Vick ao ser Draftado pelo Falcons |
The Concussion mais uma vez inovando e sendo pioneiro e blablabla fomentamos o esporte - e todo aquele discurso que você já está careca de ler. A coluna nova agora é levemente (aham) inspirada na ideia de "A Football Life" da NFL Network. Neste texto, a história de um jogador que chegou com tudo, foi chutado, voltou e agora está no limbo novamente. Vocês já sabem de quem estou falando.
O namoro de Michael Vick com o futebol americano começou quando aquele tinha apenas 10 anos. Michael já gostava bastante de Futebol Americano, sobretudo devido à influência de um primo quatro anos mais velho. Na referida idade de 10 anos, o pai o levou ao famoso “Boys and Girls Club” para um jogo da liga do clube, e Vick lançou para 3 touchdowns no jogo - impressionando os técnicos da equipe.
Em 1996 a escola na qual Vick jogava foi fechada devido a um programa de modernização das escolas do condado. Só que quando a sorte não ajuda, o talento dá uma mãozinha; Vick já havia feito história na mesma - sendo que havia lançado para mais de 400 jardas em apenas um jogo. Saiu da Homer L. Ferguson e foi para a Warwick High School - onde em apenas um jogo (sim, apenas um jogo) ele correu para SEIS touchdowns e ainda lançou para três, totalizando NOVE touchdowns em apenas um jogo.
Após explosiva carreira no colegial, Vick foi gratificado com bolsa para a universidade de Virginia Tech. Em sua primeira temporada em 1999, levou os Hokies a 11-0 e ao titulo da NCAA.
Alguns podiam pensar que seria um One Hit Wonder. Mas, em 2000, Vick foi igualmente brilhante: em um jogo contra Boston College correu para 210 jardas - marca histórica para um QB. Seu desempenho fora brilhante em todos os jogos e nenhum especialista duvidava de que caso ele fosse ao draft, seria 1st pick.
Foi exatamente o que aconteceu: com a primeira pick do draft o Atlanta Falcons draftou o quarterback (originalmente, a 1st pick seria dos Chargers, mas houve um trade que deu a primeira escolha para Atlanta).
Vick começou a sua carreira na NFL num jogo contra os 49ers em 9 de setembro. Os Falcons venceram o jogo por 24-16. Seu primeiro jogo como starter foi em 11 de novembro contra Dallas, e, também nesse jogo, fez seu primeiro passe para TD na NFL. A temporada de Vick começava como a de quase todo rookie: Com muita badalação e sem muito sucesso. No entanto, Vick tinha números impressionantes para um QB calouro: 29 vezes saindo do pocket, tendo uma média de 9.9 jardas, e 289 jardas totais. Começava a brilhar ali mais um scrambler que usa a #7.
Vick teve um ano mágico em 2002: Consolidou-se como o principal quarterback dos Falcons e teve bons números na temporada: completou 231 passes de 421 tentados para 2,936 jardas e 16 TDs. Correu 113 vezes para 777 jardas e oito touchdowns. Nos playoffs, os Falcons conseguiram uma grande vitória sobre os Packers por 27-7, acabando com o recorde dos cabeças de queijo sem derrotas no Lambeau Field em jogos de playoffs. Perderam para os Eagles no NFC Divisional Playoff Game por 20-6. Após ser starter por 15 jogos, coroou a grande temporada com a indicação para o Pro-Bowl.
A temporada de 2003 começaria sem Vick: Num jogo da pré-temporada contra os Ravens, ele sofreu uma fratura na fíbula e perdeu os primeiros 11 jogos da temporada regular. Apesar de conseguir voltar no ano, não teve uma "boa temporada". É a chamada Madden Curse - quando um jogador que sai na capa do Madden NFL (no caso, Madden 2004) ou lesiona-se ou tem uma péssima temporada. Falando em Madden 2004, inclusive, o Michael Vick desse jogo é de longe um dos melhores "jogadores" da história dos Video Games (junto de Allejo, talvez?). Era simplesmente impossível jogar contra Vick na defesa, uma vez que os tackles não eram tão apurados e a awareness da AI defensiva do Madden à época era um nojo. No ano seguinte, inclusive, Madden NFL trouxe uma abordagem defensiva diferenciada para não ter avacalhações com QB Scrambler - como o Hit Stick, por exemplo.
Em 2004 Vick mais uma vez foi ao Pro-Bowl - tendo completado 181 passes de 321 tentados para 2,313 jardas , com 14 touchdowns e 12 interceptações. Outrossim, teve números ótimos na corrida - tendo corrido 120 vezes para 902 jardas e 3 TDs. As 902 são o terceiro maior número da história da NFL de jardas corridas por um QB em apenas uma temporada.
As temporadas de 2005 e 2006 foram médias; no entanto, os números de 2005 foram suficientes para levá-lo ao Pro-Bowl, e em 2006 lançou para 20 TDs e 13 interceptações, com um rating de 75.7. Além disso teve 1039 jardas corridas, -uma grande marca para um QB.
A primeira parte da carreira de Michael Vick acaba aqui. Quais as impressões? Um QB explosivo que podia fazer as vezes de RB. Um QB canhoto que mudava o esquema defensivo - o strong side mudava de lado. Um QB que era tudo: menos um QB ordinário. Só não era, pois, vencedor. Um QB querido pelos fãs devido à "graça" que dava às partidas (sobretudo por ser um QB que corre) e mais querido ainda pelos Fantasy Players.
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| Novas cores, nova casa. |
E aí chega agosto de 2007. Apenas algumas horas depois de prestar esclarecimentos a autoridades federais a um suposto caso de briga de cachorros, a NFL suspendeu Michael Vick por tempo indeterminado. O comissário Roger Goodell declarou que “a briga de cachorros não é apenas ilegal, mas também cruel e repreensível”.
Em 20 de agosto de 2007, Vick anunciou ser culpado do processo - numa clara medida de defesa formal com o intuito de redução de pena. Em 10 de dezembro de 2007 o quarterback foi sentenciado a 23 meses de prisão. Muitos duvidavam que ele voltaria a NFL, quanto mais jogar em alto nível novamente. Não só pelo aspecto físico da coisa - mas psicológico também.
Após ter cumprido a pena, Michael assinou um contrato de um ano com o Philadelphia Eagles. Não fez muitos jogos em sua primeira temporada após a prisão - porém, se tornou starter da equipe nos primeiros jogos da temporada 2010. Na sua segunda partida como starter, liderou Philadelphia a um massacre contra os Jaguars por 28-3.
A prova de que Michael Vick estava de volta aconteceu no Monday Night Football da week 10: Vick liderou os Eagles para uma vitória por 59-28 contra um dos rivais de Philadelphia, os Redskins. Foi anunciado que Vick foi o primeiro jogador a passar para três TDs e ainda correr para mais dois no primeiro quarto de um jogo. Também liderou os Eagles a histórica virada sobre outro rival, NY Giants, após estar perdendo por 31-10 restando 7:32 para o fim do jogo para uma vitória por 38-31, culminando com um retorno de punt para touchdown de DeSean Jackson restando 14 segundos para o fim. No entanto, nos playoffs, Vick foi interceptado restando menos de 30 segundos para o fim. A temporada de ouro de Vick (que teve sua melhor temporada de sua carreira em 2010) e dos Eagles havia acabado. Ainda foi ao Pro-Bowl no mesmo ano. Pode parecer completamente irrelevante o Pro Bowl nesse ponto do texto. Mas não o é. Quem escolhe quem vai ao Pro Bowl? A comunidade da NFL. Assim, tendo sido escolhido ao jogo das estrelas - que nada mais é do que um concurso de popularidade extremamente subjetivo (falaremos do Pro Bowl numa oportunidade melhor) - pode se dizer que Vick foi parcialmente perdoado por seus pares.
Neste ano sua equipe montou um “dream-team” para a temporada. O que vem acontecendo o leitor de The Concussion já sabe: a equipe começou com um belíssimo 1-4. Uma vitória sobre o rival Washington Redskins ajudou um pouco na recuperação da franquia. O que vai acontecer daqui pra frente só Deus sabe. Ou algum tarólogo provavelmente.

