Por AC, Editor Chefe The Concussion
Recapitulação: Na semana passada Victor Sorensen, nosso protagonista, havia ganho o Rose Bowl pela Universidade de Michigan e estava esperando propostas para o cargo de Head Coach na NFL. Embora tivesse alguns palpites, como Bills, Raiders e equipes que foram mal em 2010, Victor ainda sonhava com o Chicago Bears - cujo técnico, Lovie Smith, havia sido dado como cardíaco após o NFCCG. Após a notícia de que aquele aposentara, o telefone de Sorensen tocou em Ann Arbor.
O telefone, então, tocou. Diminui o volume a TV para poder falar e ser ouvido de modo mais claro, pois. Ao atender, a pessoa do outro lado da linha identificou-se como Jerry Angelo. Honestamente eu não tinha idéia de quem se tratava.
- Victor, tudo bem?
- Tudo, quem é?
- Jerry Angelo, não me conhece?
- Desculpe, senhor, mas não. Minha cabeça está a milhão hoje, ainda mais com essa aposentadoria do Lovie Smith.
- Pois é, é sobre isso que queria falar.
- Prossiga - disse em tom curioso
- Sou General Manager do Chicago Bears. Gostaria de marcar uma entrevista com você. Para amanhã. Está disponível?
Era óbvio que eu não estava disponível. Tinha uma reunião em Buffalo. Não rolaria desmarcar essa reunião, né. Ou rolaria? Não havia a certeza que seria contratado por nenhum dos dois - por mais que houvesse uma "certeza" maior que as coisas seriam mais fáceis no Bills. Isso num momento apriori, claro. Com aquele time na mão tudo seria mais difícil.
- Bom, Jerry, eu tenho um compromisso amanhã…
- Sim, eu sei. Com o Bills. As notícias voam nessa liga, você sabe - e, após ele dizer isso, uma foto minha apareceu na TV dizendo que eu tinha uma entrevista marcada com o Bills e possivelmente com o Panthers. Tomei um susto. Como isso vazou? E… Panthers?! Nem eu sabia disso! Agora eu tenho reuniões com times e nem sei?
- Sim, exatamente. Mas muito me interesso pelo convite, o Bears tem um time incrível…
- Fico lisonjeado. Só que… Realmente tem que ser amanhã. Ou não será.
- É complicado… Tenho ética profissional. Infelizmente terei que declinar.
- OK. Uma boa sorte com Davis. Você vai precisar.
E ele desligou. Parecia contrariado. A proposta era tentadora… Mas como disse minha ética profissional estava acima de tudo. Fora que é melhor um pássaro na mão do que um urso voando - por mais que eles não voem. Ah, você entendeu, vai, Victor do futuro. Ou quem tiver furtado e lido este diário. A questão é que eu não tirava isso da cabeça. Durante todo o vôo para Buffalo eu fiquei com isso na cabeça. Quando cheguei lá coloquei o fone de ouvido na orelha para saber quais eram as notícias em Buffalo, se alguém comentou algo sobre aquela reunião.
Qual foi minha surpresa quando ouço que o Bills estava numa entrevista coletiva anunciando técnico para o ano de 2011. Por que o homem queria marcar uma entrevista comigo então? Para tomar meu tempo? Fui imediatamente para o guichê da United comprar uma passagem para Chicago.
Cheguei em Chicago e fui direto pro Halas Hall. Disse à secretária que havia marcado uma reunião com o General Manager. Mentira. Ela então pegou o telefone e ligou para o ramal do tal do Jerry. Ela falou alguns instantes com ele.
Enquanto isso eu admirava o local. Sabe quando a gente procura uma casa para morar? Então, quando isso acontece e entra numa dada casa que gostamos muito, temos a impressão de que aquela é a casa. A gente sente, sei lá. Eu me senti assim ao chegar em Chicago. Nunca tinha ido à cidade… mas fez jus ao nome de "Windy City". A brisa pelas ruas era maravilhosa. Olhar para o alto e ver a Sears Tower era confortante. Ali, na sede do Bears, eu me senti em casa. Como dois anos antes me sentira em Ann Arbor do outro lado dos Grandes Lagos.
Depois dessa reflexão entrei e Jerry disse:
- O contrato está aqui na mesa. Ou você aceita, ou não.
Fiquei espantado. Aquele homem era bastante direto. Tomei o contrato na mão e li as cláusulas. Um ano com possibilidade de renovação. A quantia era semelhante ao que os técnicos rookies recebiam na NFL. O dinheiro não me importava. O que me importava era vestir meu terno na sideline (eu ainda era adepto duma moda que um dia Tom Landry lançou) do Soldier Field. Tão somente isso.
Jerry percebeu que eu sorria e me convidou para dar uma volta nas instalações atléticas. Era primavera em Chicago e havia alguns ipês em volta do campo. Novamente senti como se já estivesse em algum momento da minha existência naquele lugar outrora.
Pronto. Eu chegara à NFL. Eu assinara o contrato com uma boa equipe. Eu tinha chances de ter meu anel. Aí algumas coisas passavam na minha cabeça: 4-3? 3-4? Será que consigo fazer alguma troca por algum MLB bom na liga para fazer um 3-4 com o Urlacher? E o Cutler, vamos com ele mesmo?
Bom, acho que é notório na liga que novos sistemas significam novos quarterbacks. Não quero um QB com vícios antigos. Aliás não gosto daquele Martz. Ok, ele foi campeão em 1999 com aquele time do Rams. Mas eu não vou ter aqui os mesmos jogadores do Rams… quero trazer minha West Coast Offense de Michigan. Até porque o Forté é um bom RB recebendo passes… Mas, para isso, preciso de um FB bom. Quantas dúvidas.
- Será um prazer ter você a bordo. Vamos colocar este time onde ele merece. - disse Jerry. Eu me despedi sabendo que aquele lugar seria parte de minha rotina. Agora era hora de preparar minhas malas e procurar apartamento em Chicago. O Training Camp vai começar.
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abrange desde a cobertura da temporada da NCAA e da NFL
até curiosidades históricas das mesmas.
