>>Imagine-se dono de uma franquia da NFL e que você esteja no draft. Sua escolha é a primeira e entre as boas opções você tem: Alex Smith, Cedric Benson, Carnell Williams, Antrel Rolle e Aaron Rodgers. Quem você levaria? Óbvio, A-Rod.
Porém, em 2005 as coisas não estavam dispostas deste jeito. Alex Smith era a revelação principal e Aaron Rodgers lutava com Jason Campbell pelo posto de segundo QB. Veja bem, segundo melhor quarterback, não segunda melhor opção! Outras dezenas de jogadores tinham prioridade na escolha das equipes. E assim foi, Aaron Rodgers foi apenas a vigésima quarta escolha.
Vamos voltar um pouco no tempo e saber mais da história do excelente QB dos cabeças de queijo.
Lá, sim, Rodgers começou a dar sinal de que seria um excelente jogador. Logo no primeiro ano, recordes: Segundo QB da história da universidade com 5 jogos seguidos para 300 jardas, venceu o insight bowl na vitória sobre a universidade estadual de Virginia, ganhou o prêmio de MVP ofensivo, quase 3000 jardas e rating de 146,58! Simplesmente incrível. E se ele resolvia apenas com as mãos, fazia seu jogo com as pernas também, foram 5 touchdowns correndo.
Em seu segundo ano mais e mais recordes. Um deles se destaca sobre os demais: Rodgers é o recordista da NCAA em passes completos seguidamente. Foram 26! Estes dados já o davam o status de quarterback habilidoso. Por azar, sua época foi a mesma de Alex Smith, que foi um verdadeiro monstro do futebol universitário. Assim, os feitos de A-Rod não tinham tanto destaque quanto merecia. Mas todo o pessoal da gélida Green Bay estava de olho nele.
Bom, se Green Bay foi atrás de Rodgers é porque estavam mal de QB certo? Errado. Isto se chama planejamento! Os Packers estavam muito bem de QB com Brett Favre. Só a título de exemplo, na temporada de 2004 (Uma antes do draft de 2005 e a escolha de Rodgers) Favre conseguiu mais de 4000 jardas aéreas e 30 passes para touchdown. Mas o lendário QB cabeça de queijo completaria 36 anos no ano seguinte e sua aposentadoria já se aproximava (ou então a gente achava isso...). Então os dirigentes dos Packers decidiram draftar um bom quarterback, que além de já ter excelentes qualidades ganharia experiência com um dos maiores nomes da história da NFL. Uma verdadeira jogada de mestre!
Assim aconteceu, Rodgers foi reserva no ano de 2005 e viu sua equipe ter um péssimo ano com um 4-12. Ele estreou este ano numa partida contra os Saints e jogou outra vez contra os Ravens e foi só. Como o ano foi péssimo, a culpa foi dirigida a Favre que terminou a temporada com um rating de apenas 70,9. A torcida já começava a pedir Rodgers...
E assim veio 2006 e a perspectiva, para Rodgers, de ter mais chances. E isto se confirmou quando Favre se machucou. Era a semana 11 e um jogo de notável visibilidade contra os Patriots! Porém nem tudo na vida são flores... Rodgers entrou e quebrou o pé. A inexperiência contribuiu para sua lesão sim, mas a má sorte foi o principal fator. A temporada estava acabada para Rodgers e Green Bay não almejava grandes voos.
Em 2007 todos já imaginavam que seria a temporada de Rodgers. Porém, Favre adiou a sua aposentadoria outra vez. Milhões de especulações surgiram e a troca de Rodgers por Randy Moss dos Raiders era dada como certa. Por sorte não ocorreu, muito por culpa do próprio A-Rod. Ele não quis sair de Green Bay, pois admirava Favre e ficou feliz com o adiamento de sua aposentadoria! As declarações do atual QB dos Packers eram todas positivas e empolgadas, mesmo estando mais uma vez na reserva. Sim, senhores! Está é outra característica de Aaron Rodgers que faz dele um ídolo dos americanos: A humildade.
Até onde Rodgers pode chegar?
E veio a temporada de 2007. Os Packers estavam literalmente com tudo! Até a week 13 obtiveram apenas uma derrota. E esta décima terceira semana foi decisiva na vida de Aaron Rodgers. Era um Thursday Night Football e o jogo era contra os Cowboys. Então, no fim do segundo quarto Brett Favre saiu machucado. A torcida ficou com os nervos a flor da pele imaginando que a até então ótima temporada seria jogada no lixo sem Frave. E lá foi Rodgers encarar o time de Dallas que estava na frente do placar, ganhando por 27 a 17. A desconfiança da torcida era descomunal. Porém, os deuses da NFL estavam do lado de Rodgers. Foram 18 passes completos, mais de 200 jardas, nenhuma interceptação e seu primeiro passe para touchdown, quando ele conectou Greg Jennings! Ninguém ainda sabia, mas esta ponte iria dar o que falar no futuro. Enfim, uma ótima partida de Rodgers! A derrota da equipe neste jogo nem foi levada em consideração. Os torcedores, a imprensa e a própria franquia tiveram certeza de que assim que Frave se aposentasse, Rodgers não faria feio.
O ano de 2007 culminaria com a perda da NFC para o inesperado Giants. Uma perda sofrida e brigada que só chegou overtime! Os cabeças de queijo não estavam tristes com sua equipe que mostrou-se extremamente aguerrida e cheia de potencial. A perspectiva de futuro era ótima, sobretudo porque eles tinham Rodgers no banco, sedento por jogar.
Chegamos então a 2008! Favre vai para os Jets e a posição de quarterback titular era de Rodgers. Adaptação foi a palavra chave aquele ano: Seis vitórias e sete derrotas. Como equipe, não foi o ano dos sonhos para os Packers, afinal nem aos playoffs a equipe foi. Porém, individualmente ótimos valores começavam a surgir. O principal deles era Aaron Rodgers, sem sombra de dúvidas. Ainda em período de adaptação ao playbook, Rodgers superou a marca das 4000 jardas! Os torcedores dos Packers, enquanto eram congelados pelo frio da sua cidade, já sabiam que um novo ídolo estava surgindo. Bastava esperar!
Já estávamos em 2009 e este ano Rodgers precisava mostrar algo em termos de equipe. Ele não decepcionou e deu as primeiras mostras de sua principal característica, conectou vários recebedores. Aquele ano os Packers já conseguiram um wildcard! Perderam para os Cardinals, é verdade. Mas a evolução era nítida. E os drafts passados tinham sido muito generosos com os Packers... Clay Matthews, Jordy Nelson, etc. Naquele ano Rodgers quase alcançou 4500 jardas e deixou o gostinho de quero mais na boca de seus torcedores. E a consagração estava por chegar!
O maior time de futebol americano do ano, este é o Packers de 2010. MVP do Super Bowl, este é Aaron Rodgers. Outras marcas incríveis A-Rod alcançou neste mesmo ano, como por exemplo, completar 34 passes num jogo contra os rivais Chicago Bears. Um ano fantástico para os Packers e um ano fantástico para Rodgers! O QB que no início de sua carreira foi comparado a Jason Campbell, agora se encaminha para ser um dos grandes de toda a história. A história de 2011 está sendo contada e eu não preciso descrevê-la a vocês, A-Rod está esbagaçando os rivais - e ainda está invicto. Nos resta agora esperar pra ver até onde Rodgers pode chegar.
The Concussion é um site e blog de Futebol Americano que
abrange desde a cobertura da temporada da NCAA e da NFL
até curiosidades históricas das mesmas.
