>>Pode parecer que eu fiquei mais maluco do que nunca ao começar a escrever este texto. Mas não. Falarei de uma coisa que não existe mais: a conexão entre FA e um Marlboro.
Começo, primeiramente, pedindo desculpa ao fumante que me lê neste momento. Provavelmente ele ficou cooptado a pegar um marlborinho e fumar enquanto varre os olhos entre minhas palavras. Mas... por quê? Ora, pelo simples fato de eu ter mencionado o nome da marca, que fez com quê o leitor fumante imediatamente materializasse a sua própria imagem fumando, sentindo o gosto da fumaça e o calor na garganta.
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| Propaganda no antigo Foxboro Stadium |
Não havia sequer um único estádio da terra do Tio Sam que não tivesse uma placa de publicidade com uma marca de cigarro. E qual cigarro estaria presente lá? Ah, obviamente, Marlboro.
A marca da Phillip Morris associou seu nome, durante anos de propaganda permitida legalmente (o que hoje soa como absurdo), a homens viris, a cowboys. E, sim, ao Futebol Americano. Afinal de contas, que esporte mais viril que este? Onde o objetivo maior, o ganho de território - semelhante a uma guerra, se dá a partir de inteligência e força física aliadas?
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| Scoreboard do Candlestick Park na década de 1980 |
Era a fórmula perfeita. Para combinar, o cigarro acaba por esquentar o fumante. Quantas franquias de Futebol Americano em terras gélidas dos EUA você conhece? Eu conheço umas 20 pelo menos. Além disso, o FA tem como característica os momentos decisivos, as partidas apertadas. Sabe que imagem foi mostrada antes do "The Catch" de Montana/Clark no NFC Championship Game de 1981? Joe Montana conversando com Bill Walsh. E, ao fundo, uma enorme propaganda de Marlboro no scoreboard. Aí, novamente, você fala: e daí?
Ora, quando um fumante está nervoso, o quê ele faz? Simples: fuma. Quando seu time está a 15 jardas de ir ao Super Bowl, você é compelido pela imagem da marca - que, possivelmente te fez começar a fumar anteriormente - a fumar um cigarrinho. A ir ao mundo deles, mesmo sabendo que é uma viagem sem volta.
No Brasil a coisa foi semelhante. Em tese. Sai o Futebol Americano e entra a McLaren de Ayrton Senna, nas mesmas cores daqueles anúncios: vermelha e branca em forma de bandeira de festa junina - ou seria de uma pintura de Volpi? Só que não é só isso. Assista o comercial abaixo dos Cigarros Hollywood:
Felizmente o ser humano acaba por evoluir. O Estado, percebendo os efeitos nocivos da publicidade tabagista acabou por meio de leis, nos EUA e no Brasil, a proibir as propagandas de cigarro, sobretudo em eventos esportivos. A redução de fumantes adolescentes, de lá para cá, foi drástica. E
Detesto cigarros. Todos nós sabemos que ele faz mal. Famílias se desfazem por causa dele. Mortes agonizantes ocorrem. Agora, ao leitor fumante com quem travo esta prosa desde o início do artigo: Lembra aquele cigarro que você acendeu? Apague. Faça ser seu último. :)
The Concussion é um site e blog de Futebol Americano que
abrange desde a cobertura da temporada da NCAA e da NFL
até curiosidades históricas das mesmas.

