Mas não é só disso que se trata o Futebol Americano. O gridiron trata também de paixão e de rivalidade. E, sem sobra de dúvidas, dentro de um campo marcado com jardas, nunca haverá uma rivalidade como entre a Universidade de Michigan (Michigan Wolverines) e a Universidade Estadual de Ohio (Ohio State Buckeyes).
Escrevo, neste momento, vestindo uma jersey de Michigan. Espero, ansioso, pelo Sugar Bowl. E, enquanto essa espera não termina, resolvi escrever aqui para vocês sobre o jogo mais folclórico entre minha Michigan e seu rival histórico.
Todo ano, para quem não sabe, a temporada regular de Michigan e Ohio State (ambas da conferência Big Ten) terminam com um encontro entre as duas, revezando o local da partida entre Columbus (Ohio Stadium) e Ann Arbor (Michigan Stadium, que até há pouco tempo sequer tinha iluminação noturna). Ambos os estádios comportam mais torcedores do que a grande maioria dos estádios da NFL. A chamada Big House, estádio dos Wolverines, comporta quase 110 mil pessoas.
Enfim, feito esse panorama - para você sentir a grandeza dessas duas equipes em Michigan (estado que tem o Detroit Lions como expoente na NFL - o que faz você imaginar como os Wolverines, programa de Football mais vitorioso dos EUA, é querido) e em Ohio (cujas duas equipes na NFL, Bengals e Browns, nunca deram tantas alegrias como os Buckeyes), falemos do jogo.
1950. O que estava em jogo? Uma vaga no Rose Bowl e o campeonato da conferência Big Ten. No ano anterior os Buckeyes representaram a Big Ten no Rose Bowl. E, à época, havia uma regra que impossibilitava que uma mesma equipe representasse a Big Ten por dois anos seguidos na partida em terras californianas.
Mas, enquanto na California estaria quente, em Columbus estava frio. -16 graus era a temperatura que os 80 mil torcedores acomodados em arquibancadas de ferro tinham que suportar. Além disso esses bravos torcedores tinham que suportar outra coisa: o péssimo jogo.
Além do frio a neve caia de montes. Montinhos de neve decoravam as sidelines e praticamente não conseguia-se ver as marcações de jardas. Não preciso dizer que mal dava para ver os jogadores, né? Sim, mal dava. A visão alcançava pouco mais de 10 jardas, o que fazia com que os passes fossem raros. Mais do que isso: corridas também eram.
As duas equipes acabaram por adotar uma estratégia bizarra: dar punts. Chutar de um lado para o outro o tempo todo. Combinadas, Michigan e Ohio State deram 45 punts naquela partida. E por que isso? Ora, a intenção é que na boca da endzone desse alguma besteira e ocorresse a pontuação por parte da defesa. Foi o que aconteceu. Um punt bloqueado de Michigan deu a chance - aproveitada - de Ohio marcar seus 3 únicos pontos na partida. Depois, um safety para Michigan. 3 a 2 - placar de soccer.
O final da partida, então: outro punt bloqueado - desta vez por Michigan. O punt foi retornado para touchdown e Michigan venceu a partida, a Big Ten e a chance de ir ao Rose Bowl. Histórico. Mágico. Coisas que só acontecem no maior jogo do College: Michigan e Ohio State.
Foi assim, então, que o pior jogo de todos os tempos, esportivamente falando, tornou-se o mais memorável da mais memorável rivalidade da NCAA.
The Concussion é um site e blog de Futebol Americano que
abrange desde a cobertura da temporada da NCAA e da NFL
até curiosidades históricas das mesmas.
>> Se você quiser escrever um texto e quer que ele seja publicado, mande para gente em contato@theconcussion.com !
>> Participe do único e exclusivo Fórum sobre NFL no Facebook: www.facebook.com/groups/
>> Não esqueça de participar de nossa promoção no Twitter, o prêmio é uma camiseta do New York Jets! Segue o regulamento: www.theconcussion.com/2011/12/